Ana Lua chegou ao céu e foi recebida com uma enorme festa de anjos, pequeninos como ela. Eles cantavam, dançavam, faziam piruetas e muito rebuliço para alegrar a menina, que estava um pouco assustada. A grama era branquinha, anjinhos brincavam de roda num nevoeiro purpurinado, parecendo minúsculas pérolas soltas no ar. (Será que existe ar no céu?)

 As nuvens em flocos se distribuíam pelos cantos e formavam cadeiras, bancos, balanços, em cores e matizes suaves. Sentindo algo estranho nas costas,  Ana Lua aproximou-se de um grande espelho ornamentado de margaridas e constatou  a existência de um par de belas asas. Um anjinho, de camisolão dourado, sobrevoou-a e colocou em sua cabecinha uma auréola, cujo brilho refletia luminosidade nas cores sóbrias do paraíso.

 Dois outros anjos se aproximaram e colocaram em seu corpo uma veste do mais delicado cetim brocado, ligeiramente lilás, que lhe caía muito bem e combinava com os cabelinhos louros e seu  rostinho angelical, presente de Deus desde que foi concebida no ventre de sua mãe.

 Havia flores para todos os lados, em tons pastéis, penduradas como grinaldas, em tufos de nuvens. Um conjunto de anjos, vestidos de branco, tocava harpas e outros instrumentos, que emitiam sons divinais, jamais ouvidos por ela.

Uma nuvem fina, como véu, deixava à mostra uma mesa sem pernas, fixa no  nada. No centro, um lindo bolo com um anjinho-bebê, sentado no alto, empunhando uma plaquinha onde se lia:

"Bem-vinda, Ana Lua!" Também havia muitos... muitos brigadeiros!

 A criança era o centro das atenções, o motivo da alegria de todos. Cantou musiquinhas da Terra e os anjinhos fizeram coro. Com eles aprendeu também lindas musiquinhas do céu.

 Mais um véu de nuvem se abriu e, num palco, apareceram anjos atores. Muito atenta a tudo, a menina sentou-se num sofá branquinho, flocado, e ficou admirando e ouvindo aqueles diálogos, tão cheios de ternura e amor: um espetáculo preparado só para recebê-la.

Chegou o ponto máximo da festa. Algumas nuvens se afastaram e surgiu uma enorme porta de vidro, da espessura das bolinhas de sabão, sem trancas. Dois anjos tocaram trombetas e  ela se abriu... lentamente.

 Entrou Jesus! Belo, andar imponente de rei, sorriso franco e aberto. Aquele era seu lugar preferido no céu: o dos anjos-crianças. Dos olhos de Ana Lua rolaram duas lágrimas de emoção. Seu coraçãozinho transbordou de amor. Ele brilhava como o sol e aquecia sem queimar. Raios luminosos desenhavam seu trajeto até a menina.

 Pegou-a no colo, acariciou-lhe os cabelos e beijou seu rostinho meigo. Sussurrou ao seu ouvido: "Eu amo muito você e esta é a sua casa!" A garotinha, sem timidez, enroscou-se no seu pescoço, mexeu na sua barba, olhou fixamente aqueles olhos, (os mais lindos que já vira) e perguntou: "E quando eu tiver saudades do papai, da mamãe, da vovó, dos irmãozinhos...?"

 Jesus a beijou mais vezes e respondeu: "não haverá saudades, querida! Você os verá sempre! Será o anjo protetor da sua família da Terra e eles a verão sempre, nos sonhos e nas incríveis lembranças que por lá deixou. Você foi até eles só para dar-lhes muito amor e ser também muito amada. Depois de você, suas vidas não serão as mesmas."

 Muitas estrelinhas coloridas caíram sobre eles, como plumas. Jesus levou a criança para perto do bolo e todos cantaram uma linda canção com o nome de Ana Lua. A menina cortou o bolo e deu o primeiro pedaço  para o Filho de Deus. Todos comeram alegremente e ainda sobrou muito bolo. Uma pombinha branca sobrevoou a menina e brincou com seus cabelos. Era o Espírito Santo.

 Um anjo maiorzinho perguntou: "Quer mais bolo, Ana Lua?" Ela respondeu: "Agora, não, anjinho! Quero que Jesus leve uma fatia para Deus, nosso Pai,... outra para a sua mãezinha! "Jesus sorriu e aceitou as fatias. Acariciando-a falou:

 "Breve, eles virão vê-la. Minha mãe está preparando um  presente só para você. Está tecendo um lindo diadema com fios dourados e florezinhas, nas cores de seus olhos e seus cabelos. Quando estiver bem acostumada com a nossa casa, poderá abrir aquela porta e estar conosco quantas vezes quiser. Sabemos que não terá muito tempo. Há muitos lugares para brincar por aqui. Temos muitas moradas. Abra todas as portas que quiser, reveja seus bisos e pessoas queridas... faça novos amigos. Teremos toda a eternidade para estarmos juntos."

 Ele se despediu com um longo abraço, beijou suas faces rosadinhas e aquelas mãozinhas,... que logo após, acenaram e jogaram beijinhos para ele.

 E a festa continua até hoje... porque no céu, é sempre festa!

 

 

Ana Lua

 

 

Midi: Porta do Céu

Arranjo de Geraldo Magela

 


Clique na figura e
envie sua mensagem


O envio que chega rapidinho !!!



Desde 13.01.2005,
a sua é a visita número


Direitos autorais registrados®


| Home | Menu | Fale Comigo |


Google
 
Web www.coracao.bazar.nom.br

Página melhor visualizada com Internet Explorer 4.0 ou superior - 1024x768
Copyright© Coração Bazar - Todos os direitos reservados -
Política de Privacidade