Mãe! Apaga a luz,

 encosta a porta...

Não sinto medo,

 tampouco vou me esconder.

Recolha as estrelas,

 nesta noite serena

meu olhar aquietou luar.

Guarde na estante

os livros com histórias

de era uma vez,

 e nessa magia

 fazemos de conta

que eu já cresci.

Espia embaixo da cama

 tem monstrinho

só esperando

mamãe falar boa noite

 para vir me assustar.

Feche as cortinas,

 e apague o sol,

 não me olhe triste assim,

eu quis enganar uma manhã,

que traiçoeira,

 de qualquer maneira

 quer me ver sorrir.

Feche a gaveta,

 aprisione soldadinhos de chumbo,

 aprendi

que nessa brincadeira de adulto

menino pode se machucar.

Suavize o impacto

do bater da porta

e a rispidez da palavra dor ,

canta para mim

e talvez eu encontre

a bola de meia,

 pano velho preenchido de alegrias

onde eu jogava no quintal.

Não me leve a mal,

 esse silêncio não me entristece

parece uma prece,

suave ladainha

lembranças minhas.

E certa vez

 eu deixei algum segredo

 em algum lugar,

acho que foi um beijo,

 um brinquedo ou um olhar.

Nem lembro onde acontecia,

 ou foi janeiro

ou em uma manhã

tão fria de setembro.

Respingavam gotas de garoa,

 anjo chorando em nuvem escura,

luz tão pura

 que coloria em arco-íris.

Acho que este é meu quarto,

mas agora espera um pouco,

 alguém me chamou,

 penso ser você.

Esquece tudo e fica aqui!

 Está tão frio e eu sou criança,

 estou com medo nesse momento!

 Mãe apaga a luz, encosta a porta...


 

 

Badu

 

 



Sou deficiente físico. Desde menino,

vivo em meu quarto, com poucos

movimentos em meu corpo.

Sou de uma pequena cidade do RS

e acredito que é possível se feliz

 com as coisas mais simples.

Amo cada amanhecer e toda

existência bela ,dádivas de Deus.
.



Badu... poeta sensível e talentoso...

despretencioso. Começou enviando

seus poemas tímidos para um grupo

de poesia.Não passou despercebido.

Sua poética é bela...foi logo notado.

Ganhou leitores... e fãs.

Hoje tem o seu cantinho no

POESIAS E MENSAGENS... e esse

espaço de amigos, não seria completo

sem um poema teu, amado amigo!
 


ilustração: tela de Rembrandt

midi:A Noite do Meu Bem (Richard Clayderman)
 

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Desde 13.01.2005,
a sua é a visita número


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