IZA KLIPEL

JÔ TAUIL

Por que sinto-me assim, uma flor encolhida
Alma algemada... grávida de emoções
E sem forças de concepção?

Por que sinto-me assim, revivido sopro
Com mãos trêmulas entornando o mar
No ventre de uma angra tosca e escura?

Um nó... Atravessado na garganta da Poesia
Cega de saudades, morrendo na nostalgia
Luares desabridos nos olhos dos poemas!

Sou a ânfora que traga o redemoinho
Sou a rocha vaga que lambe o arco-íris
Abrindo conchas à procura dos meus versos

Sinto-lhes o perfume, respiro-os na brisa
Mas, ruíram as pontes...Calaram-se as canções
Palavras! - Sem cor ou paixão!

Mas eles existem sim, aqui, dentro de mim
A espera do búzio das cigarras
Cuspindo em meu crânio, em sopro quente

Tímidos colibris recolhidos em suas penas!

Carrilhões que se dobram... emudecidos!



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